quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Sobre a Luz Na Escuridão

Desde que me entendo por gente, eu tenho pavor de olhar pro céu à noite. Aquela escuridão infinita me dá uma sensação de desamparo muito forte, me angustia. É como se eu olhasse, e não soubesse, exatamente, para o que estava olhando. E pra que lado terminava. Sempre amei as estrelas, e imaginar o que seriam: se eram os olhos dos milhares de Deuses que existem, ou se eram nossos queridos em outros planos e dimensões. Sempre questões angustiantes.
Mas não aquela noite. Naquele momento, eu só conseguia ver quantas noites eu gostaria de passar ao seu lado. Ainda que eu acredite ser mais significativo acordar ao seu lado. Ainda assim, sempre demoro tanto a pegar no sono, porque sua presença me enche de esperanças, ansiedades e outras pequenas angústias. É como se houvesse uma fome insaciável de você, fazendo com que, mesmo que você esteja no travesseiro do lado, ao alcance de cada carinho meu, mesmo assim eu te quero mais perto, mais por dentro, preso na pele.
Essa infindável projeção de futuros é involuntária e não tem um dispositivo exato. É acionado a qualquer momento e a partir de qualquer pensamento aleatório. Desde a cor dos olhos do filho que um dia hei de ver você segurar, aos devaneios de uma velhice tranquila, dentro de um veleiro, vendo a escuridão do céu se confundir com a do mar. Tudo isso vem numa desordem de sentimentos, cores e sonhos que aprendi a ter com você.
Deitada aqui, na solidão do meu quarto, parece que te vejo saltar da fotografia, mergulhado nas paredes, nos móveis, em cada objeto, me cercando, rodeando, passando por mim e ficando. Não tem como fugir, ou desviar o olhar: eu quero mais é te ver! Quero estar em outras rodoviárias para te esperar chegar. Quero que você me transborde todo dia, feito um pedaço meu que tá solto por aí.
Então, me fez pensar em tantas coisas, tantos futuros e tantos passados, que eu me esqueci de sentir angústias. Olhei pro céu e vi você, me vi junto dos nossos infinitos. Sem pressa, sem medo de ter. Fim.

Sobre o a-mar

Para poder dormir, eu tenho que me esquecer do cansaço e da dor. Então, eu fecho os olhos, para me lembrar melhor do afeto que senti ao segurar a tua mão, o carinho em frente ao mar. O frio na barriga é tão constante na sua presença que, na sua ausência, me congela o estômago e a alma.
Querendo viver só mais um dia igual àquele. Um dia dos que parecem ter um milhão de horas. Que não tem pressa de terminar. Estava tudo tão bem, brindávamos só porque tínhamos planos. E à vontade de tê-los. E à leveza de não serem uma obrigação. Era a vontade. De agarrar até virar um só. Abraçar e matar a ansiedade de ter. Isso era o que cada beijo meu queria ter-te dito, mas não sabia como.
Fico imóvel na minha cama. Se respirar fundo, eu sinto o cheiro da sua respiração. Nem quero mais abrir os olhos... Quero mais detalhes de você, dentro da minha memória, das horinhas de felicidade por consumir cada sorriso seu, cada palavra dita com o seu jeitinho tão único. Estou sem ar.
Ainda não dormi, mas ainda me vejo ao seu lado, de mãos dadas em frente ao mar.

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Sobre o Antigo-atual Querer

Eu quero ele. E eu quero tanto que, dele, eu não quero nada. Nada que ele possa comprar. Os beijos dele são os mais apaixonantes, mas não os quero mais. Os planos dele são os mais impressionantes, mas eu finjo ter esquecido. Porque eu o amo feito um irmão, como quem ama o seu melhor amigo.
Eu quero ele. Eu quero tanto, que eu o quero com febre, pra me deitar ao lado de sua cama e derramar sobre ele todo o meu zelo, o meu apego de cuidar dele quando estiver doente. E depois, o quero com saúde, pra vê-lo fechar a porta e me dizer "adeus". Gosto da sensação de eternidade que tenho quando penso nele.
Eu quero ele. E não me importo que um dia, me abandone num terminal rodoviário, me obrigando a tomar um ônibus pra um desconhecido destino dentro do meu próprio ser. Porque eu sei que ele vai existir em todo canto dentro de mim, pra eu ter pra onde voltar.
Eu quero ele. Pra brigar por motivo nenhum e ficar em silêncio depois, olhando o mar. Sentindo saudades dele, mesmo ele estando ali e aproveitando cada segundo de presença. Bebendo cada gota das gargalhadas que ele dá, gaguejando os devaneios dos quais eu compartilho com afinco, obstinada. 
Eu quero ele. Mais ainda quando fica bravo comigo e me dá beliscões por baixo da mesa, pra que ninguém perceba e quase me mata de rir. Rio da sua discrição que grita. E choro com o sorriso dos seus olhinhos pequenos e lindos. Aquele sorriso enorme, dado com o rosto inteiro, quando fala de mim, nos seus raros momentos de fraqueza. É neles que ele deixa escapar que me ama. Esquece de esconder que também me quer.
Eu quero ele. E quero tanto que me contradigo! Eu volto atrás e quero aquele beijo. Mas quero o mais singelo, doce e simples. Salgado de lágrimas e mar. Na frente de um padre, depois de um "sim". Eu o quero nos meus dias. Pensei que queria dormir com ele numa noite quente de dezembro: descobri que queria mesmo acordar ao lado dele. Diariamente. Sem intervalos. Sem pausas.

Sobre o Coreto

Pode ir armando e preparando aquele feijão preto:
Eu tô voltando!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Sobre Vícios

Tu es ma came, mon toxique, ma volupté suprême. Mon rendez-vous chéri et mon abîme. Tu fleuris au plus doux de mon âme. Tu es ma came, tu es mon genre de délice, de programme. Je t'aspire, je t'expire et je me pâme! Je t'attends comme on attend la manne. Tu es ma came. J'aime tes yeux, tes cheveux, ton arôme. Viens donc là que j'te goûte, que j'te hume. Tu es mon bel amour, mon anagramme. Tu es ma came: Plus mortelle que l'héroïne afghane, plus dangereux que la blanche colombienne. Tu es ma solution, mon doux problème. Tu es ma came. A toi tous mes soupirs, mes poèmes, pour toi toutes mes prières sous la lune. A toi ma disgrâce et ma fortune. Tu es ma came, quand tu pars c'est l'enfer et ses flammes. Toute ma vie, toute ma peau te réclament on dirait que tu coules dans mes veines. Tu es ma came. Je me sens renaître sous ton charme. JE TE VEUS JUSQU'À EN VENDRE L'ÂME! À tes pieds, je dépose mes armes. Tu es ma came. Tu es ma came.

Sobre Horários

Os meus estão trocados. Eu só consigo dormir durante a tarde e a noite é horrível. Além de tudo, ando tendo pesadelos. Isso não é nada bom! rs

Sobre Mudanças

Às vezes, elas são necessárias. Não que a gente queira, não que a gente espere. A vida acontece e elas se fazem necessárias. Novas sensações, novas companhias e sentimentos. Existe muita confusão, mas acho que é natural. Estou tentando me organizar de fora pra dentro.
Evoluo tão rápido que, com uma semana voltei a pentear o cabelo. Com duas semanas eu estava lavando roupas. Com um mês cortei as unhas e fiz as sobrancelhas... As mudanças vão acontecendo, e não adianta apressar. Nem atrasar, porque a vida acontece, e não espera por ninguém.
Tenho tido boas companhias e boas esperanças. Respirando. Vida.